O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, lançou um forte apelo de atenção nesta segunda-feira (15), ao advertir sobre o crescimento preocupante de correntes políticas extremistas que, segundo ele, têm como objetivo desestabilizar governos democraticamente eleitos em diversas partes do mundo, incluindo Moçambique.

Durante uma aula de orientação estratégica proferida no Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Emílio Guebuza (ISEDEF), localizado na província de Maputo, Chapo abordou o papel crescente da extrema-direita global e a sua influência sobre contextos políticos sensíveis. Para o chefe de Estado, estas forças políticas recorrem a estratégias baseadas em manifestações de rua, mobilização digital e ataques às instituições para minar a ordem constitucional estabelecida.

“Estamos a assistir a um fenómeno global em que alguns grupos, sobretudo da extrema-direita, tentam impor mudanças de regime à força, ignorando os mecanismos democráticos. Essas forças rejeitam os canais institucionais legítimos e promovem ações de agitação que colocam em causa a paz e estabilidade”, alertou Chapo.

O Presidente enfatizou que este tipo de movimentação não é um caso isolado e tem se repetido em diversos países, onde manifestações violentas e desobedientes à ordem legal ocorrem com o propósito de contestar ou derrubar partidos no poder – especialmente os chamados partidos libertadores, com histórico de luta pela independência.

🌍 Tendência internacional

Chapo citou vários exemplos internacionais onde, após eleições, se verificaram tumultos públicos alimentados por discursos radicais, como foi o caso em Angola, Quénia, África do Sul, Venezuela, Zimbabué e até nos Estados Unidos da América. De acordo com ele, há evidências de que muitas destas ações foram arquitetadas antes mesmo da divulgação dos resultados eleitorais, o que demonstra que não se tratam de meras reações espontâneas da população, mas sim de estratégias bem delineadas para gerar instabilidade e pressionar governos eleitos.

“Essas manifestações não surgem do nada. São preparadas com antecedência e têm objetivos claros: desacreditar os processos eleitorais, enfraquecer a legitimidade dos governos e criar um clima de desconfiança generalizada”, reforçou o Presidente.

🇲🇿 Situação em Moçambique

Chapo reconheceu que Moçambique não está imune a este tipo de influência externa. Segundo ele, o país tem testemunhado tentativas de manipulação de jovens e outros segmentos da sociedade, promovidas por correntes radicais que utilizam as redes sociais como campo de batalha para disseminar desinformação, fomentar desobediência civil e desacreditar as autoridades.

O Chefe de Estado pediu vigilância redobrada e apelou à valorização das instituições da República, sublinhando que “a democracia se fortalece com o respeito mútuo, com diálogo e com a observância da lei, não com ações subversivas”.

🛡️ Apelo à defesa dos valores democráticos

O Presidente concluiu a sua intervenção reforçando o papel das forças de defesa e segurança na proteção do Estado de Direito e dos valores conquistados com sacrifício durante as lutas de libertação nacional. Afirmou que é dever de todos os moçambicanos defender a paz e preservar os marcos democráticos do país.

“A nossa soberania não pode ser colocada em causa por influências externas nem por agendas obscuras. Devemos proteger o legado das nossas conquistas e garantir que o futuro do país seja decidido pelos moçambicanos, nas urnas e de forma pacífica”, concluiu Chapo.

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