O Congresso Nacional Africano (ANC), partido histórico da África do Sul, prestou uma homenagem solene e profundamente simbólica ao antigo Presidente da República de Moçambique, Sua Excelência Joaquim Alberto Chissano, oferecendo-lhe um retrato artístico em reconhecimento à sua liderança exemplar e ao seu contributo vitalício para a libertação e desenvolvimento do continente africano.
A entrega deste presente ocorreu durante a Cimeira dos Movimentos de Libertação de 2025, realizada em Pretória, África do Sul, onde antigos combatentes, estadistas, académicos e representantes de vários países africanos se reuniram para celebrar os ideais da liberdade, autodeterminação, cooperação e solidariedade pan-africana. A cimeira serviu como uma plataforma para avaliar os progressos alcançados desde as lutas de independência e identificar desafios comuns enfrentados pelos Estados africanos no contexto atual.
✊ Um tributo ao legado de luta e diplomacia
Ao receber o retrato, o Presidente Chissano agradeceu emocionado, salientando que a homenagem representa não apenas um reconhecimento pessoal, mas também uma valorização dos esforços coletivos dos povos africanos que lutaram, resistiram e triunfaram contra o colonialismo e o apartheid. Joaquim Chissano destacou que os ideais de unidade, justiça e autodeterminação devem continuar a orientar os líderes africanos na construção de sociedades mais inclusivas, pacíficas e resilientes.
A homenagem prestada pelo ANC foi especialmente significativa por ter vindo de um partido irmão que, tal como a FRELIMO em Moçambique, desempenhou um papel central nas lutas contra o domínio colonial e o apartheid na região austral do continente. O retrato, pintado por um artista sul-africano reconhecido, representa Chissano em traje cerimonial africano, com símbolos que evocam a paz, a sabedoria e a unidade entre os povos.
🕊️ Joaquim Chissano: um estadista africano com visão de paz
Joaquim Chissano liderou Moçambique entre 1986 e 2005, sucedendo a Samora Machel após o seu trágico falecimento. Durante o seu mandato, destacou-se pela capacidade de reconciliar o país após uma longa guerra civil, liderando negociações de paz com a RENAMO que resultaram no Acordo Geral de Paz de Roma, assinado em 1992.
Sob sua liderança, Moçambique deu passos significativos na reconstrução das instituições do Estado, na criação de uma economia mais aberta e na promoção da reconciliação nacional. Fora das fronteiras nacionais, Chissano foi também uma figura chave nas transformações da Organização da Unidade Africana (OUA) em União Africana (UA), e desempenhou funções relevantes como mediador em conflitos na África Central e Ocidental, sempre com uma postura diplomática e conciliadora.
Em reconhecimento ao seu papel na promoção da paz, democracia e boa governação em África, recebeu várias distinções internacionais, incluindo o Prémio Mo Ibrahim para a Boa Governação em África.
🤝 Unidade dos Movimentos de Libertação
A Cimeira de 2025 contou com a participação dos principais partidos políticos que outrora lideraram os processos de libertação nacional no sul do continente, incluindo:
- ANC (África do Sul)
- FRELIMO (Moçambique)
- MPLA (Angola)
- ZANU-PF (Zimbábue)
- SWAPO (Namíbia)
- Chama Cha Mapinduzi (Tanzânia)
Estes movimentos reafirmaram o compromisso conjunto com os valores que estiveram na origem das suas lutas: soberania, autodeterminação, justiça social e progresso económico. A reunião serviu igualmente para debater os desafios contemporâneos como o desemprego juvenil, a crise climática, as ameaças à democracia e a crescente influência de potências externas no continente africano.
🗣️ Reacções e reconhecimento
A homenagem a Joaquim Chissano foi amplamente elogiada por líderes africanos e organizações internacionais, que o consideram um dos grandes estadistas da era pós-colonial africana. A Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, reagiu nas redes sociais com a seguinte mensagem:
“Joaquim Chissano é uma referência viva de liderança visionária e integradora. O seu contributo para a paz em África é inestimável.”
Na mesma linha, o antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, afirmou que Chissano é um exemplo de humildade, coragem e inteligência política que deveria ser estudado pelas novas gerações de líderes africanos.
📸 O retrato encontra-se agora exposto simbolicamente no Salão dos Heróis Africanos na sede do ANC, onde será visto por milhares de visitantes e delegações que ali passam anualmente, servindo de inspiração para a juventude e líderes africanos do presente e do futuro.
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