Em um movimento histórico para a indústria global de tecnologia, a gigante chinesa Huawei anunciou oficialmente o lançamento dos primeiros notebooks equipados com seu sistema operacional proprietário, o HarmonyOS 5.0, abandonando completamente o tradicional sistema Windows. A iniciativa marca um divisor de águas no cenário da computação pessoal, abrindo uma nova era de independência tecnológica da China frente ao domínio ocidental liderado por Microsoft e Apple.
A apresentação, realizada em um evento de gala tecnológico em Shenzhen, revelou dois modelos inéditos: o MateBook X Pro e o impressionante MateBook X Fold, este último sendo o primeiro laptop dobrável da marca, com características de ponta e um design futurista que chamou a atenção de analistas e consumidores.
🔧 Tecnologia de ponta, design disruptivo
O MateBook X Fold traz uma tela OLED dobrável de 18 polegadas com resolução 3.3K e brilho que atinge até 1600 nits. Extremamente fino — apenas 7,3 mm quando aberto — o dispositivo oferece um teclado virtual otimizado e pesa somente 1,16 kg, proporcionando portabilidade e alto desempenho. A configuração inclui 32 GB de RAM, armazenamento de 2 TB SSD, chip gráfico dedicado e um processador de alto desempenho fabricado pela própria Huawei em parceria com fornecedores locais.
O modelo tradicional, MateBook X Pro, também não decepciona: design em alumínio escovado, teclado físico retroiluminado, eHarmonyOS pré-instalado. Ambos os modelos vêm com o novo sistema já adaptado para ambientes produtivos e integração total com a suíte de dispositivos Huawei.
🧠 HarmonyOS 5.0: um salto além do Android e Windows
O novo sistema operacional, conhecido também como HarmonyOS Next, representa uma evolução radical do sistema lançado pela Huawei em 2019. Agora, em sua versão 5.0, ele abandona completamente qualquer base do Android, adotando um microkernel próprio desenvolvido desde 2015 e compatível com uma nova geração de aplicativos escritos em linguagens modernas como JavaScript e TypeScript.
A interface gráfica lembra o que há de melhor no Windows e no macOS, com menu inferior tipo dock, multitarefa fluida e integração inteligente com smartphones, smartwatches, tablets e até carros conectados da linha Harmony.
Além disso, o sistema traz embutido o assistente virtual com inteligência artificial, chamado Celia, capaz de realizar tarefas complexas como resumos de reuniões, traduções multilíngues, composição de apresentações e comandos por linguagem natural, representando um avanço significativo em produtividade por IA.
🌐 Uma aposta na soberania digital chinesa
O lançamento dos notebooks com HarmonyOS para PCs é visto como o maior passo da Huawei em direção à autossuficiência tecnológica, após anos de restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos desde 2019. As sanções barraram o acesso da Huawei a chips avançados e softwares como Android e Windows, forçando a empresa a acelerar seus investimentos em soluções próprias.
A estratégia também é um reflexo da política nacional chinesa de fomentar um ecossistema digital independente, com forte incentivo à substituição de plataformas estrangeiras por alternativas desenvolvidas dentro do país.
📈 Expectativas de mercado e futuro do ecossistema
Segundo a própria Huawei, já estão disponíveis mais de 150 aplicativos nativos para a versão PC do HarmonyOS — incluindo editores de texto, navegadores, ferramentas de design e apps de comunicação. A previsão é que esse número ultrapasse 2.000 aplicativos até o final de 2025, graças a parcerias com desenvolvedores locais e internacionais.
Os notebooks estarão inicialmente disponíveis no mercado chinês com previsão de expansão internacional ainda em 2026. Os preços começam em 7.999 RMB (cerca de US$ 1.110) para o modelo tradicional e chegam a 23.999 RMB (aproximadamente US$ 3.300) para o modelo dobrável.
Com esse movimento ousado, a Huawei se coloca não apenas como uma fabricante de hardware inovador, mas como uma potência global no desenvolvimento de sistemas operacionais. Resta saber como o mercado internacional reagirá e se outros fabricantes seguirão o caminho da independência tecnológica. Uma coisa é certa: o domínio absoluto de Windows e macOS acaba de ganhar um desafiante à altura.
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