No coração da capital moçambicana, onde as avenidas fervilham de movimento e os desafios da urbanização são constantes, aconteceu um gesto simbólico mas carregado de significado. O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Rasaque Manhique, reuniu-se nesta sexta-feira com o Secretariado Provincial do Sindicato Nacional dos Jornalistas, num encontro que marcou o 11 de Abril – Dia do Jornalista Moçambicano.
Num país onde o jornalismo ainda se constrói com garra, paixão e, muitas vezes, poucos recursos, esta aproximação entre o poder político local e os profissionais da comunicação foi recebida como sinal de reconhecimento e respeito pela função essencial que os jornalistas desempenham na sociedade.
Durante a conversa, Manhique não poupou elogios à classe. Reconheceu o impacto directo do trabalho jornalístico no crescimento e transformação da cidade das Acácias e Jacarandás. Sublinhou que os jornalistas não são apenas contadores de histórias, mas também construtores de consciências e fiscalizadores do bem comum.
Mais do que uma simples cortesia institucional, o edil manifestou abertura total para facilitar o processo de recolha de informação, desde que os dados sejam tratados e divulgados com responsabilidade e verdade. “O nosso compromisso é com a transparência. E a transparência vive de boa informação. O jornalista é parceiro e não adversário”, destacou Manhique.
Este gesto não passou despercebido à classe jornalística que, ao longo dos anos, tem enfrentado vários desafios — desde a precariedade laboral, a censura subtil, até à crescente pressão das redes sociais. O encontro serviu também como momento de reflexão sobre o papel do jornalista moçambicano no contexto actual, onde a desinformação prolifera e o acesso a fontes credíveis ainda é uma luta diária.
O Sindicato Nacional dos Jornalistas reiterou, na voz dos seus representantes, o compromisso de continuar a trabalhar em prol de um jornalismo ético, independente e ao serviço do povo. Reforçou também a importância de criar melhores condições de trabalho e segurança para os profissionais da área.
Num tempo em que o cidadão exige mais e melhor informação, e onde a confiança nos meios tradicionais está a ser posta à prova, a valorização do jornalista como pilar da democracia local torna-se uma necessidade urgente. O gesto de Manhique é, por isso, mais do que simbólico — é um apelo à colaboração entre quem governa e quem narra o quotidiano dos governados.
Este 11 de Abril fica assim marcado por um sinal claro: quando o poder reconhece o valor da palavra livre e da verdade jornalística, todos ganham. Ganha a cidade, ganha a democracia, ganha Moçambique.
Share this content: