Chakil Aboobacar reforça relações com o PSUV e destaca a importância da cooperação Sul-Sul no novo contexto geopolítico
O Secretário-Geral da FRELIMO, Chakil Aboobacar, deu início nesta segunda-feira, 21 de Julho, a uma visita oficial à República Bolivariana da Venezuela, a convite do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que decorrerá até quarta-feira, 23 de Julho. A visita inscreve-se num momento estratégico em que a FRELIMO, no seu novo ciclo de liderança liderado pelo Presidente Daniel Chapo, pretende consolidar as suas alianças históricas com partidos progressistas e fortalecer os laços de cooperação política, económica e ideológica com países da América Latina.
O reforço das relações entre a FRELIMO e o PSUV não é apenas um gesto simbólico, mas sim parte de um plano mais vasto de reposicionamento internacional da FRELIMO como partido com tradição histórica na luta anti-colonial e na construção de uma ordem internacional mais justa, inclusiva e multipolar. A Venezuela, país com o qual Moçambique partilha uma longa história de solidariedade, tornou-se um parceiro importante no diálogo Sul-Sul, sobretudo nas áreas de resistência ao neocolonialismo, cooperação energética, desenvolvimento agrícola e educação popular.
Durante a sua estada em Caracas, Chakil Aboobacar tem agendados encontros de alto nível com a direcção nacional do PSUV, liderado por Diosdado Cabello e Nicolás Maduro. As discussões irão centrar-se em questões cruciais como a consolidação da democracia participativa, o papel dos partidos históricos na governação, os desafios do multilateralismo e a necessidade urgente de uma maior cooperação entre os países do Sul Global.
Também estão previstas visitas a instituições estratégicas da República Bolivariana da Venezuela, incluindo o Parlamento Nacional, centros de formação política, universidades públicas e fábricas cooperativas ligadas à missão de soberania alimentar. Estas visitas visam permitir à delegação moçambicana colher experiências concretas que possam ser replicadas em Moçambique, dentro da lógica de desenvolvimento sustentável e inclusão social.
Entre os locais históricos a visitar destacam-se o Panteão Nacional, onde repousam os restos mortais de Simón Bolívar, e a Casa Natal de Bolívar, ambos símbolos da resistência latino-americana contra o domínio colonial. A agenda simbólica reafirma os princípios de autodeterminação e justiça social que unem os dois povos e as duas formações políticas desde os primórdios das suas lutas de libertação.
A delegação moçambicana é composta por membros seniores do Comité Central da FRELIMO, entre eles a Secretária para as Relações Exteriores, Ludimila Maguni, e o Secretário para a Mobilização e Trabalho Ideológico, Gonçalves Jemusse, acompanhados por técnicos especializados nas áreas de cooperação internacional, economia e juventude partidária.
Segundo fontes oficiais, esta deslocação integra-se numa agenda mais ampla de diplomacia partidária traçada pela Comissão Política da FRELIMO, que prevê visitas similares a outros países aliados, incluindo Angola, Vietname e China. A meta é consolidar redes políticas de apoio mútuo, aprofundar as trocas de experiência em governação e impulsionar projectos bilaterais com impacto directo nas comunidades.
A viagem à Venezuela surge poucas semanas após a visita oficial de Chakil Aboobacar à República de Cuba, onde manteve contactos com o Partido Comunista Cubano (PCC), reforçando o compromisso da FRELIMO com os ideais internacionalistas que marcaram a sua fundação e trajetória histórica. Tal como em Cuba, também na Venezuela se esperam avanços significativos na assinatura de memorandos de entendimento entre os partidos e possíveis acordos institucionais em áreas de interesse mútuo.
De acordo com o Secretário-Geral, “esta missão não é apenas política; ela é profundamente ideológica. Num mundo em que as nações em desenvolvimento enfrentam novas formas de pressão externa, precisamos de alianças sólidas, baseadas na história comum, na luta comum e na visão partilhada de futuro”.
Para além das reuniões institucionais, estão a ser analisadas propostas de cooperação em áreas práticas como:
- Formação técnica de jovens quadros moçambicanos em escolas bolivarianas e centros de capacitação tecnológica;
- Intercâmbio cultural e artístico entre juventudes partidárias e organizações sociais dos dois países;
- Parcerias em energias renováveis e agricultura sustentável, com foco na partilha de boas práticas e tecnologias adaptadas;
- Criação de centros conjuntos de pesquisa política e social, voltados à produção de conhecimento autónomo sobre os desafios contemporâneos do Sul Global.
A visita é vista por analistas políticos como um passo importante para reposicionar Moçambique dentro de uma nova dinâmica de cooperação internacional mais equitativa, reduzindo a dependência dos grandes blocos tradicionais e apostando em modelos alternativos de solidariedade internacional e auto-suficiência.
Conforme reiterado pela Comissão Política da FRELIMO, liderada por Daniel Chapo, esta ofensiva diplomática partidária pretende contribuir para a conquista da soberania política, económica e cultural de Moçambique, defendendo os valores da dignidade, autodeterminação e justiça internacional.
Acompanhe todos os detalhes desta missão oficial nas nossas próximas actualizações.
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